domingo, julho 16, 2006

24) Treze assessores poderosos do presidente Lula

Revista Época, nº 426, 15/07/2006, neste link.

Avaliação dos 13 políticos que mais influenciam Lula
O cientista político Sérgio Abranches fez uma avaliação para ÉPOCA sobre quem tem mais influência na campanha e num eventual segundo governo Lula.

Tarso Genro – Experiente e hábil politicamente, quer ser o herdeiro do governo Lula depois da queda de José Dirceu e Antônio Palocci. Um bom articulador com o Congresso. Pode criar um trânsito com a oposição em um segundo mandato, mas não tem muita relação de lealdade com o presidente Lula. Não podemos esquecer que Tarso Genro sempre foi oposição a José Dirceu e ao grupo de Lula dentro do PT.

Dilma Roussef – O quadro mais importante do governo Lula. Conhecida como sargento do governo. Deu sinais de que sabe usar o poder e será fundamental em um segundo mandato. Soube ocupar um vazio deixado pelo José Dirceu na gestão dos programas de governo. Não tem a capacidade política de Dirceu (fardo deixado para Genro), mas mantém pulso firme no comando dos ministérios e das ações do governo Lula.

Luiz Dulci – Trabalha no bastidor e não assume risco. Sem muita ousadia, com a cabeça de sindicalista, o mineiro come quieto desapareceu durante o escândalo do mensalão. Nem parecia ser parte do governo Lula. Ou seja, é um notório low profile. Tem a vantagem de exercer influência ao pé de ouvido de Lula sem aparecer – arma poderosa no jogo político de Brasília.

Marco Aurélio Garcia – Poderosíssimo dentro do novo núcleo dirigente do governo por exercer uma influência intelectual sob Lula. É o verdadeiro formulador da política externa. Nunca um assessor especial ficou tão poderoso na história do Brasil. O poder deve aumentar ainda mais em um segundo mandato depois de liderar o programa de governo na campanha de 2006.

Guido Mantega – Um técnico de segundo e terceiro escalão dentro do PT que se aproximou de Lula durante a caravana da cidadania. Participa das decisões estratégicas do governo, mas em um segundo mandato pode ter problemas no comando da política econômica. No momento, a economia está em piloto automático. Não tem capacidade para enfrentar uma grave crise econômica com um mercado nervoso.

Márcio Thomaz Bastos – Advogado do governo, Marcio se transformou no assessor jurídico depois do escândalo do mensalão. Não pode ser comparado a outros integrantes do novo núcleo dirigente. Não desfruta da lealdade e intimidade de Luiz Dulce e Dilma Roussef e a influência de Tarso Genro com o presidente. É um outsider.

Luiz Marinho – Tem apenas uma influência em relação a Lula: controla as questões sindicais, uma preocupação evidente desse governo. Mas não tem capacidade e influência na discussão estratégica em um segundo mandato. Está muito abaixo dos outros integrantes.

Ricardo Berzoini – Um integrante leal que pode exercer muito poder em um segundo mandato. É visto pelo presidente como um cumpridor de tarefas delicadas. Conseguiu segurar o PT em um momento difícil e faz parte do grupo de confiança de Lula.

Jorge Viana – Um operador respeitado dentro e fora do PT. É um homem de confiança do presidente Lula e terá muita influência na estratégia política em um segundo mandato do governo Lula.

Renan Calheiros - Participou de todos os governos desde a redemocratização do país. Era íntimo do presidente Collor, trabalhou com Itamar e foi ministro de FHC. Lula pode negociar, por exemplo, um ministério com Renan em um segundo mandato. Nesse caso, deve fortalecer ainda mais o poder do presidente do Congresso. Em um eventual segundo mandato, Lula estará nas mãos do PMDB para governar.

José Sarney - O senador Sarney se aproximou de Lula depois da queda de Collor. Hoje é o político mais influente do PMDB dentro do governo. No segundo mandato terá ainda mais poder. Será uma ponte entre o governo, Congresso e Estados.

Aloizio Mercadante – É um candidato sério a ministro da Fazenda depois da derrota que irá sofrer para o governo de São Paulo. Muito personalista, desde 1989 responde pela área econômica do PT. Mas quando o partido chegou ao poder, o ministro da Fazenda nomeado por Lula foi um médico de Ribeirão Preto. Terá uma influência política moderada em um segundo mandato. Pode até ter mais peso por falta de quadros políticos.

João Santana -- Não tenho informações suficientes para fazer uma avaliação sobre o novo marqueteiro de Lula.

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

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quarta-feira, julho 19, 2006 7:24:00 PM  

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