quinta-feira, outubro 26, 2006

85) Juristas em favor de Lula

A argumentação a favor do candidato à reelieção não é propriamente jurídica, legal ou situada no campo da ética e do fiel cumprimento da lei. Se trata de argumentação política e supostamente econômica e social.
Na verdade, o manifesto é muito mais contra a outra coligação, inclusive recuperando o passado, do que a favor do atual presidente.
São indicados fatos ou processos que condenan o candidato alternativo, e se vai até o passado para repudiar a postulação do opositor, mas se consegue o inacreditável feito de falar um pouco de tudo sem tocar em fatos gravíssimos que estão ocorrendo às vistas de todos e que implicam, justamente, o trabalho de procuradores, juízes, policiais, bandidos, militantes, enfim, um pouco todo mundo. Só os juristas não viram...
Em todo caso aqui vai o manifesto de 300 juristas a favor do candidato à reeleição. Que não se percam pelos nomes.

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Lula recebe manifesto de apoio de 300 juristas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição, recebeu hoje (26), no Palácio da Alvorada, em Brasília, um grupo de juristas que lhe entregou um manifesto de apoio à sua campanha. O documento, reproduzido abaixo, é assinado por 300 juristas de todo o país.

No encontro, estiveram presentes Alberto Kopittke, Cláudio Santos, Gilberto Bercovici, Joelson Dias, José Geraldo de Sousa Júnior, Mauro Menezes e Menelick de Carvalho Netto.

Leia a íntegra do manifesto:

MANIFESTO DE JURISTAS - LULA PRESIDENTE
Dois diferentes projetos para o Brasil disputam o 2º turno das eleições presidenciais de 2006.

A aliança conservadora PSDB-PFL desconhece o papel fundamental do Estado na promoção do desenvolvimento econômico e na mediação dos conflitos distributivos. Seu projeto já foi aplicado durante oito anos - a década desperdiçada - sem crescimento econômico, nem redução da desigualdade social. O apagão simboliza seu fracasso. O desmonte da administração pública, a terceirização dos programas de inclusão e a criminalização dos movimentos sociais exemplificam a lógica neoliberal de privatização do público e de insensibilidade aos graves problemas sociais do país.

O governo do presidente Lula recuperou a capacidade de gestão do Estado, reorganizou com êxito as políticas públicas e gerou cerca de 7 milhões de novos empregos. A desigualdade social foi reduzida, e as classes menos favorecidas foram comtempladas por políticas de inclusão com potencial emancipatório. Pela primeira vez e! m uma década, o governo definiu uma política industrial. O país tem batido recordes sucessivos de exportações. As empresas estatais recuperaram a sua capacidade de planejamento e investimento. O Brasil, com a Petrobrás, atingiu a auto-suficiência na produção de petróleo. A América Latina adquiriu centralidade na política brasileira de inserção internacional. Estão criadas as condições reais para que o país retome o crescimento econômico e resgate sua dívida social.

A aliança conservadora adotou um discurso "lacerdista", desviando a atenção pública da comparação entre os governos FHC e Lula, entre os distintos projetos em disputa para o país. Não se pode esquecer que os atuais paladinos da ética outrora impediram a apuração de vários crimes contra a República. O governo das privatizações e do escândalo da compra de votos para reeleição jamais foi investigado. O candidato Geraldo Alckmin e a aliança PSDB-PFL obstruíram mais de 60 pedidos de CPIs na Assembléia Legislativa de São Paulo. No governo Lula, com a criação da Controladoria-Geral e a reorganização da Polícia Federal, as denúncias têm sido apuradas. O Ministério Público exerce suas atribuições sem embaraço. É necessário, ainda, enfrentar os problemas institucionais que facilitam, de longa data, as práticas de corrupção do país.

A coligação PSDB-PFL representa o abandono do programa institucional que propõe a construção de um país soberano e de uma sociedade livre, justa e solidária.

Em favor do desenvolvimento econômico e do resgate da dívida social,

DECLARAMOS O VOTO EM LULA PARA PRESIDENTE DO BRASIL!

Celso Antônio Bandeira de Mello
Luis Roberto Barroso
Américo Lacombe
José Joaquim Calmon de Passos
José Geraldo de Sousa Júnior
Luiz Alberto Warat
José Francisco Siqueira Neto
Alaôr Caffé Alves
Alexandre da Maia
Antônio Maués
Gilberto Bercovici
Jacques Távora Alfonsin
José Alfredo de Oliveira Baracho Júnior
Juliana Neuenschwander Magalhães
Katya Kozicki
Marcelo Andrade Cattoni de Oliveira
Márcio Túlio Viana
Marília Muricy
Martonio Mont'Alverne Barreto Lima
Mauro Menezes
Menelick de Carvalho Netto
Orides Mezzaroba
Ricardo Seitenfus
Sérgio Sérvulo da Cunha
Weida Zancaner

Somam-se a estes, mais 450 assinaturas.

Abraão Moreira Blumberg (RS)
Adilson Afonso de Castro (SP)
Adilson Rodrigues Pires
Adriana Ancona de Faria (SP)
Adriana Andrade Miranda
Adriana Martins
Adrianna Freire(SP)
Adriano Pilatti (RJ)
Agassiz Almeida Filho (PB)
Aidê B. Neves(SP)
Airton Tadeu Forbrig (RS)
Alaôr Caffé Alves (SP)
Alda Lea Suzart de Almeida(SP)
Alexandra Gomes de Santana(SP)
Alexandre da Maia (PE)
Alexandre de Mattos Melo
Alexandre Feronese (RJ)
Alexandre Gustavo Melo Franco Bahia (MG)
Alexandre Totorella Mandi (SP)
Aloisio Zimmer Junior (RS)
Álvaro Valério Batista de Pádua (GO)
Alysson Ribeiro Mascaro (SP)
Amélia Vieira(SP)
Américo Lacombe (SP)
Ana Cristina de Mello Pimentel Lourenço (RJ)
Ana Flavia Santos Patrus de Souza (MG)
Ana Guedes(SP)
Ana Luisa Celino Coutinho (PB)
André Costa (CE)
André Sturaro (SP)
Andréa Exposito Barcelar Nunes (MA)
Andréa Mendes (BA)
Anésia Edith Kowalski (PR)
Aníbal Junior (ES)
Anna Carolina Cruz e Souza
Antônio Carlos Porto Junior (RS)
Antônio Cavalcanti Maia (RJ)
Antonio da Paixão(SP)
Antônio Maués (PA)
Antonio Menezes(SP)
Antônio Roberto Prates Maia (BA)
Antonio S. Tonico(SP)
Aparecido Araújo Lima
Aroldo de Jesus Teixeira(SP)
Artur Stamford (PE)
Ary Moreira(SP)
Augusto Sérgio São Bernardo(SP)
Bárbara Alves(SP)
Beatriz Sousa Costa (MG)
Bernadino Camilo da Silva
Beto Vasconcelos
Bruno Cunha Costa(SP)
Bruno de A Maia(SP)
Bruno Galindo (PE)
Bruno Mattos e Silva
Bruno Miranda(SP)
Bruno Scheidemandel Neto (RS)
Caetano Lopes(SP)
Carla Maria Nicolini(SP)
Carlos Alberto Loureiro Costa(SP)
Carlos Alberto Oliveira (RS)
Carlos Eduardo Soares de Freita (BA)
Carlos J. R. Araujo (BA)
Carlos Medrado(SP)
Carlos Ranna
Cecília Caballero Lois
Celso Antônio Bandeira de Mello (SP)
Celso Antunira(SP)
Claudia Maria Barbosa (PR)
Cláudia Salles(SP)
Cláudio Pereira de Souza Neto (RJ)
Cláudio Santos da Silva (DF)
Cláudio Soares de Oliveira Ferreira (PE)
Clécia Moura(SP)
Cleriston Bulhões(SP)
Cleriston Cavalcante(SP)
Clovis Barbosa de Melo (SE)
Cristina U. F. Araújo(SP)
Cynara Monteiro Mariano (CE)
Daisson Portanova (RS)
Daniel Pintangueiro de Avelino (DF)
Daniel Torres de Cerqueira
Daniela Ribeiro de Gusmão (RJ)
Danielle da Rocha Cruz (PB)
Davi de Paiva Costa Tangerin (SP)
David Ribeiro Dantas (PE)
Débora Zanon
Deise Oliveira(SP)
Deisy Ventura (RS)
Deodato José Ramalho Junior (CE)
Deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (SP)
Deuzer dos Santos Laureano (MG)
Dina Santana(SP)
Diogo R. Coutinho (SP)
Dóia Cavalcanti (CE)
Domingo Ajones Neto(SP)
Durval Ramos Neto(SP)Edigia Maria Aixe (MG)
Edson Knippel
Eduardo Bittar (SP)
Eduardo Capellare (RS)
Eduardo Fernandes (PB)
Eduardo Rabenhorst (PB)
Egmar José de Oliveira (GO)
Elcio Dourado (BA)
Elder dos Santos Verçosa (RS)
Eldiri Freitas Barbosa
Eliane Nemer
Emiliano José(SP)
Enéas de Oliveira Matos (SP)
Enoque Feitosa Sobreira Filho (PR)
Enzo Bello (RJ)
Eurico Lacerda Brito(SP)
Evandro Menezes de Carvalho (RS)
Everaldo Gaspar Lopes de Andrade (PE)
Fabiana de Belli (PE)
Fabiano Machado da Rosa (RS)
Fábio Costa Moraes de Sá e Silva (DF)
Fábio da Costa Azevedo
Fábio Luiz Maia Barbosa (RS)
Fábio Noboa
Fabíola M. Pacheco (SP)
Fernanda Alves dos Anjos (MG)
Fernanda Barreto Campello Walter (PE)
Fernando R. Schmidt (SP)
Firmiane Venâncio(SP)
Flávia Carlet (RS)
Francisco de Guimaraens (RJ)
Francisco do Rego Monteiro Rocha Junior (PR)
Francisco dos Santos Santana (SP)
Francisco Galdino
Gabriela Paes de Carvalho Rocha (! RJ)
Genésio Ramos Moreira(SP)
Genildo Paulino(SP)
Geraldo Sobral(SP)
Germano Rocha Fonteles (CE)
Gervásio Firmo dos Santos Sobrinho (SP)
Giane Álvares Ambrósio
Gilberto Bercovici (SP)
Gilberto Calderaro (RS)
Gisela Maria Bester (PR)
Gisele Cittadino (RJ)
Gladys Almeida(SP)
Glauco Pereira dos Santos
Glodoaldo Rodrigues Nunes
Graça Maria Mascarenhas(SP)
Guilherme de Salles Gonçalves (PR)
Guilherme Dias
Guilherme Zagallo (MA)
Guilhermino A Vacarezza(SP)
Gustavo Ferraz(SP)
Gustavo Ferreira Santos (PE)
Gustavo Just (PE)
Harley F. Queiroz(SP)
Helena Amisani-Schueler (RS)
Henrique Luiz de Lucena Moura (PE)
Hilna Falcão (SP)
Hugo Leonardo F. Correia(SP)
Humberto Frederico Suini de Porte (SP)
Iara Ilgenfritz da Silva (RJ)
Igor Tama Sauskas
Iracema Sales (SE)
Iranice G. Muniz
Irlando Linhares (CE)
Isa Simões(SP)
Isaac Reis (MA) &! nbsp;
Isabel Santos(SP)
Isadora Costa Moraes ( RS)
Jackson Azevedo(SP)
Jacques Távora Alfonsin (RS)
Jaime Nunes Bezerra (RS)
Jair Teixeira dos Reis (ES)
Jayme Benvenuto Lima Jr. (PE)
Jéferson Bras(SP)
Jefferson da Silva Boeira (RS)
JH Eidra(SP)
Joana D'Arc Motta Gomes (RJ)
Joanito Santana(SP)
João Américo Pinheiro Martins (DF)
João Bosco Brito da Luz (SP)
João Cordeiro (RO)
João Ernesto Aragones Vianna (RS)
João Henrique Ferrari Gontijo (SP)
João Paulo Allain Teixeira (PE)
João Ricardo Franco Vieira (CE)
João Ricardo W. Dornelles (RJ)
João Roberto Egydio Piza Fontes
Joaquim Leonel de Rezende Alvim (RJ) Renan Aguiar (RJ)
Joares F. Costa
Jorge Alberto Escobar Rodrigues (RS)
Jorge Cavalcante
José A S. Mascarenhas Jr(SP)
José Adroaldo Silva de Almeida (BA)
José Alfredo de Oliveira Baracho Júnior (MG)
José Aníbal Gonçalves Junior (ES)
José Carlos Galvão de Souza (SP)
José Carlos Moreira da Silva Filho (RS)
José Carvalho(SP)José Cláudio Rocha (SP)
José D. Morileiro(SP)
José Fábio Rodrigues Maciel (SP)
José Francisco Siqueira Neto (SP)
José Geraldo de Sousa Júnior (DF)
José Joaquim Calmon de Passos (BA)
José Luis Bolzan de Morais (RS)
José Luiz de Moura Filho
José Luiz Quadros de Magalhães (MG)
José M. V. Muniz Filho(SP)
José P. de Carvalho Jr(SP)
José Ricardo Cunha (RJ)
José Roberto Ferreira Militão (SP)
Joselice Cerqueira de Jesus (RJ)
Joyceane Bezerra de Menezes (CE)
Jucilene Alcântara(SP)
Juliana Guedes Martins (MG)
Juliana Neuenschwander Magalhães (RJ)
Júlio Calmon de Passos Ramos (SP)
Júlio César de Sá da Rocha(SP)
Julio de Freitas Brandão (BA)
Karine Silva
Katya Kozicki (PR)
Kreishan Barberino Mendes (SP)
Lafaiete Luiz do Nascimento (DF)
Larissa Guanaes(SP)
Larissa Leal (PE)
Laura Maria Eifler Silva (RS)
Laura Rafaelle Romão(SP)
Laura V.(SP)
Lauro Wagner Magnano (RS)
Leandro Gaspar Scalabrin (RS)
Leon Ângelo Mattei(SP)
Leonardo Carneiro Assumpção Vieira (MG)
Leônidas Colla (RS)
Letícia Barbosa Pinheiro (RJ)
Lícia Souza(SP)
Lídia Woida (RS)
Lídice da Mata(SP)
Lilia Maia de Morais Sales (CE)
Lílian Dalva Michallowsky Gomes (MG)
Lindomar Gomes (MG)
Lola Laborda(SP)
Lourival Rodrigues dos Santos (SP)
Lucas Mendonça Rios (SE)
Lucia Guedes(SP)
Luciana Grassano de Gouvêa Melo (PE)
Luciano Caparroz Pereira dos Santos (SP)
Lúcio Antônio Chamon Junior (MG)
Luís Henrique Ribeiro (MG)
Luis Vinicius de Aragão Costa
Luiz Alberto Warat (DF)
Luiz Evandro V. Duplat(SP)
Luiz Gustavo Bambini
Luiz José Bueno de Aguiar (SP)
Maíra Costa Fernandes (RJ)
Maísa Marta Valle (SP)
Manoel Fermino da Silva Skrebsky (RS)
Manoel Fernando Marques da Silva (SP)
Marcelo Andrade C! attoni de Oliveira (MG)
Marcelo Campos Galluppo (MG)
Marcelo Cerqueira(SP)
Marcelo Gayardi Ribeiro (RS)
Marcelo Labanca (PE)
Marcelo Vieira de Campos (SP)
Márcia Chagas (CE)
Marcia Nina Bernades (RJ)
Márcio Augusto de Vasconcelos Diniz (CE)
Márcio Túlio Viana (MG)
Marco Anthonio Anthas(SP)
Marco Antônio de Rezende Teixeira (MG)
Marcos A. Bahiano de Oliveira Filho (RJ)
Marcus Menezes Barberino Mendes
Marcus Vinicius Giralves Silva (RJ)
Marcus Vinicius Gosciola
Margarida Maria Lacombe Camargo (RJ)
Maria Alcina Freire(SP)
Maria Alice Pereira da Silva (SP)
Maria Célia Silva(SP)
Maria do Carmo Cruz(SP)
Maria Euzíra Alves de Carvalho (DF)
Maria José Martins
Maria Kátia Albuquerque
Maria Tereza Rocha
Marialvina N. Felicíssimo (SP)
Marília Muricy (BA)
Marília Rosa Matos Durães(SP)
Marilson dos Santos Santana (BA)
Mário Amorim Conforti
Mário Macieira (MA)
Mario Schapiro (SP)Maristela da Fontoura Machado (RS)
Marizete Santos(SP)
Marlene Barros de Moraes (PE)
Marta Cordolino(SP)
Marthius Sávio Cavalcante Lobato (DF)
Martonio Mont'Alverne Barreto Lima (CE)
Maurício Rands (PE)
Mauro Abdon (RJ)
Mauro de Azevedo Menezes (DF)
Menelick de Carvalho Netto (DF)
Mirtes Lazzeri Arantes (MG)
Mônica Aragão (SP)
Nadine Borges (RJ)
Nei Viana Costa Pinto (SP)
Nélia Almeida (BA)
Nélia Cristina Silva Almeida(SP)
Newton de Menezes Alburquerque (CE)
Nivaldo Pereira(SP)
Normando Rodrigues (RJ)
Orides Mezzaroba (SC)
Orocil Pedreira Santos Junior (BA)
Oscimar Alves Torres(SP)
Osias Ernesto Lopes(SP)
Otávio Pinto e Silva (SP)
Othorgenes Brandão (BA)
Patrícia Lacerda de Lima(SP)
Patrick Mariano Gomes (SP)
Paula Freitas
Paulo Abrão Pires Júnior (RS)
Paulo Antônio de Menezes Alburquerque (CE)
Paulo José Villela Loumar (SP)
Paulo Ricardo Schier (PR)
Paulo Roberto do Nascimento Martins (RS)
Paulo Teixeira
Pedro Estevam Serrano (S! P)
Pedro Henrique Alves Santana (RJ)
Pedro Mauricio Pita Machado (RS)
Pedro Rodrigues Pedrosa (CE)
Pedro Villas Boas Castelo Branco (RJ)
Plicia Maria Umbelino (DF)
Plínio Arantes (MG)
Prudente Mello (SC)
Rafael Agnello dos Santos (SP)
Regina Soares (RJ)
Renata Lima de Castilho (SC)
Renato Kliemann Paese (RS)
Renato M. H. (SP)
Ricardo Barros Cantalice (RS)
Ricardo Blattes (RS)
Ricardo Guimarães Só de Castro (RS)
Ricardo José Martins (BA)
Ricardo Machado Ramos(SP)
Ricardo Marcelo Fonseca (PR)
Ricardo Pretucci Souto (RS)
Ricardo Seitenfus (RS)
Ricardo Zamora (RS)
Rita de Cássia dos S. Conceição(SP)
Rita Rosely A Teixeira(SP)
Robson Almeida Silva(SP)
Robson Barros Dias(SP)
Rode Anélia Martins (SC)
Rodolfo de Carvalho Cabral (PR)
Rodrigo Antônio Ribeiro - (MG)
Rodrigo Azevedo (RS)
Rodrigo Gonçalves (RS)
Rogério Favreto (RS)
Romeu Alvarenga Carvalho Silva (MG)
Rômulo Guilherme Leitã! o (CE)
Roquevaldo Souza(SP)
Rosa Maria Garcia (SC)Rosane de Almeida Tierno (SP)
Rubens Pessoa
Samuel Rodrigues Barbosa (RJ)
Sandoval Jatobá
Sandra R.S Villares
Sandra Regina S. Melo(SP)
Sandra Silveira(SP)
Sávio Lobato (DF)
Serge Normando(SP)
Sérgio Francisco Carlos Graziano Sobrinho (RJ)
Sérgio Ricardo RV de Souza(SP)
Sérgio Sérvulo da Cunha (SP)
Sônia M. da Silva França (SP)
Sônia Santana(SP)
Soraia Ramos Filho(SP)
Soraya Bastos C. Pinto(SP)
Stella Bruna Santos (SP)
Taís de S. Miranda(SP)
Tarso Cabral Violin (PR)
Tatiana Ribeiro de Souza (MG)
Telma da Graça de Lima Laje (RJ)
Telma de Lima Laje
Tereza Cristina(SP)
Thereza Ferreira
Thiago Bottino do Amaral (RJ)
Thiago de Menezes Lima(SP)
Tiago Leal Ayres(SP)
Uilian Diego Martins Siqueira
Uirá M. de Azevedo (SP)
Uira Scobar Alioti (MT)
Uis Souza(SP)
Valdecir P. Nascimento(SP)
Valmir Martins Batista (RS)
Valnei Barbosa
Valnez Bittencurt (RS)
Vanderley Caixe (SP)
Vand! ilson P. Costa(SP)
Vandilson Rosa Matos(SP)
Vera Karan Chueiri (PR)
Vera Lúcia Santana Araújo (DF)
Victor Hugo do Carmo (RJ)
Vinicius A F. R. Cascone (SP)
Virgínia de Carvalho Leal (PE)
Virginius José Lianza da França (PB)
Vitor Hugo Loreto Saydelles (RS)
Wagner Junior Correa
Wagner Moreira Martins
Walber de Moura Agra (PE)
Waldemar Oliveira(SP)
Walmir Mota(SP)
Weida Zancaner (SP)
Wesley O. Collyer (SC)
Wilson Feitosa B. Neto(SP)
Wilson Madeira Filho (RJ)
Wladimir Guanauskas(SP)
Zau Pimentel (SP)
Zilton Rocha(SP)

quarta-feira, outubro 25, 2006

84) Ruy Barbosa: sempre atual?

SINTO VERGONHA DE MIM
Ruy Barbosa

Sinto vergonha de mim
por ter sido educador de parte desse povo,
por ter batalhado sempre pela justiça,
por compactuar com a honestidade,
por primar pela verdade
e por ver este povo já chamado varonil
enveredar pelo caminho da desonra.

Sinto vergonha de mim
por ter feito parte de uma era
que lutou pela democracia,
pela liberdade de ser
e ter que entregar aos meus filhos,
simples e abominavelmente,
a derrota das virtudes pelos vícios,
a ausência da sensatez
no julgamento da verdade,
a negligencia com a família,
célula-mater da sociedade,
a demasiada preocupação
com o "eu" feliz a qualquer custo,
buscando a tal "felicidade"
em caminhos eivados de desrespeito
para com o seu próximo.

Tenho vergonha de mim
pela passividade em ouvir,
sem despejar meu verbo,
a tantas desculpas ditadas
pelo orgulho e vaidade,
a tanta falta de humildade
para reconhecer um erro cometido,
a tantos "floreios" para justificar
atos criminosos,
a tanta relutância
em esquecer a antiga posição
de sempre "contestar",
voltar atrás
e mudar o futuro.

Tenho vergonha de mim
pois faço parte de um povo
que não reconheço,
enveredando por caminhos
que não quero percorrer...

Tenho vergonha da minha impotência,
da minha falta de garra,
das minhas desilusões
e do meu cansaço.
Não tenho para onde ir
pois amo este meu chão,
vibro ao ouvir meu Hino
e jamais usei a minha Bandeira
para enxugar o meu suor
ou enrolar meu corpo
na pecaminosa manifestação de nacionalidade.

Ao lado da vergonha de mim,
tenho tanta pena de ti,
povo brasileiro!

De tanto ver triunfar as nulidades,
de tanto ver prosperar a desonra,
de tanto ver crescer a injustiça,
de tanto ver agigantarem-se os poderes
nas mãos dos maus,
o homem chega a desanimar da virtude,
a rir-se da honra,
a ter vergonha de ser honesto.

83) Involucao politico-eleitoral

Involução
Gustavo Ioschpe
Folha de Sao Paulo, 24 de outubro de 2006

O SER HUMANO em geral e as vítimas da historiografia marxista (os brasileiros) em particular temos a tendência a acreditar que estamos numa evolução constante e que o progresso é inevitável. Mas essa esperança não é comprovada pela experiência histórica. Acredito estarmos passando agora por um momento de involução. Que parece programada para continuar.
O viés ideológico que fundou e animou o PT deixou de ser aplicável no começo dos anos 90. Lula se deu conta em 2002, e propôs um programa que era a negação de suas idéias dos 20 anos anteriores. Aproximou-se do centro para poder ser eleito e governar. Porém, não conseguiu gerar um projeto alternativo de país para preencher o vácuo que se instalara.
O projeto de governo foi substituído por um projeto de poder. E, com a voracidade de quem amargou 20 anos de ostracismo, parece ser um projeto de poder a qualquer custo. Esse programa se desenvolve em duas frentes: a programática e a institucional.
Na parte programática, vemos a criação de uma série de iniciativas destinadas a gerar melhorias de curto prazo nos setores tradicionalmente abandonados da sociedade, cujo voto é de obtenção fácil e barata.
Nestes enquadraria a expansão do Bolsa Família, o ProUni, os programas de agricultura familiar etc. Seu ponto em comum é lidar com a pobreza sem chegar às causas, garantindo sua reprodução ad eternum.
Pobreza se resolve com crescimento econômico e geração de empregos. Isso demanda melhoria de capital humano, investimento em infra-estrutura e melhorias do sistema jurídico, entre outras variáveis.
Acesso à universidade se dá com melhoras na educação básica, não com cotas. Mas não seriam essas medidas positivas? Sim, se viessem acompanhadas das reformas estruturais que fazem com que a geração seguinte não mais precise delas.
Atualmente, ocorre o oposto: as pequenas vantagens se financiam via aumento do tamanho do Estado, que prejudica o desenvolvimento. Os pequenos ganhos de hoje se dão às custas de perdas futuras. E o sucesso eleitoral da tática garante sua permanência.
Se não bastasse essa aridez programática, vem ainda o segundo eixo, de golpeio às instituições. Dinheiro público foi usado para comprar o Congresso, eliminando a relação de independência que deve existir entre os Poderes.
Aparentemente o mesmo dinheiro foi usado para comprar, de um criminoso, um dossiê que visava começar a campanha de destruição das lideranças da oposição. Já houve projetos de controle de jornalistas, do audiovisual. Agora já se fala de "democratização" da mídia e reforma constituinte.
Os dois eixos somam-se para criar um programa que desidrata a democracia de suas funções vitais, mantendo-a em existência apenas nominal. Com um Parlamento cooptado e uma população seduzida por migalhas, caminhamos rumo à estagnação econômica e ao retrocesso sociopolítico.

GUSTAVO IOSCHPE é mestre em desenvolvimento econômico pela Universidade Yale (EUA)

domingo, outubro 22, 2006

82) Como deve ser dificil reformar um pais,contra a vontade do povo...

Não custa nada lembrar certos fatos indesejáveis e uma atitude ainda menos compreensiva dos eleitores e cidadãos...

Eleitor rejeita elevação da idade para aposentadoria
Jornal Valor Econômico - pág. A10
Cristiano Romero
08/09/2006

No momento em que especialistas apontam para a necessidade de aprofundamento de reformas fiscais, com o objetivo de acelerar as taxas de crescimento da economia brasileira, os eleitores dos três principais candidatos à presidência da República demonstram pouca disposição em apoiar novas mudanças. A quinta rodada da pesquisa telefônica feita pelo Ipespe junto a mil eleitores, no último dia 6, constatou que 88% rejeitam o aumento da idade exigida para aposentadoria e 80% não aprovam o fim da gratuidade nas universidades públicas. Apenas 9% concordam com a mudança de idade e 11% com o fim da gratuidade.

Está entre os eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a menor resistência a mudanças nas regras das aposentadorias, como uma forma de redução dos gastos públicos - 11%, diante de 8% dos eleitores do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, candidato do PSDB à Presidência, e de 7% da senadora Heloísa Helena, candidata do P-SOL. Lula também possui mais eleitores, segundo a pesquisa Ipespe/Valor, favoráveis ao fim da gratuidade nas universidades - 13%, face, respectivamente, a 9% de Alckmin e 6% de Helena.

"Há um rechaço claro dos eleitores ao aprofundamento das reformas", concluiu o diretor do Ipespe, o cientista político Antônio Lavareda. Em enquetes anteriores, constatou-se que a população está mais favorável, neste momento, a reformas fora da área econômica, notadamente, à reforma política e ao endurecimento das leis penais.

Se, por um lado, estão pouco receptivos a novas reformas econômicas, os eleitores demonstram, por outro, saturação em relação ao aumento de impostos. Os pesquisadores do Ipespe perguntaram se, para equilibrar as finanças públicas, o governo federal deveria fazer cortes no orçamento ou elevar os impostos. A maioria absoluta - 80% dos entrevistados - ficou com a primeira opção. Curiosamente, o maior percentual de defensores de corte dos gastos está entre os eleitores da senadora Heloísa Helena - 94%, diante de 85% de Alckmin e 81% de Lula.

Quando questionados sobre as áreas que devem sofrer mais cortes de gastos, quase 1/3 dos eleitores (29%) defenderam que seja nos salários do funcionalismo público e 17% na construção e manutenção de estradas. Novamente, está entre os simpatizantes da candidata do P-SOL, uma defensora ferrenha dos servidores públicos, o maior número de pessoas favoráveis à redução de gastos com o funcionalismo - 38%, face a 37% dos eleitores de Alckmin e 24% de Lula.

A percepção de que a economia está melhor hoje do que há quatro anos aumentou em relação à pesquisa anterior, feita em 29 de agosto - passou de 53% para 56% dos entrevistados. Melhorou de forma acentuada em relação à primeira rodada, realizada em 25 de julho, quando 45% da população elogiaram o desempenho da economia. O saldo entre aqueles que dizem que a economia melhorou e os que afirmam que piorou pulou de 23 para 36 pontos percentuais.

Entre os eleitores de Alckmin, 57% acham que a economia está melhor ou igual. Entre os de Heloísa Helena, 62% têm essa opinião. Pela primeira vez, solicitou-se ao eleitor que comparasse a situação econômica no governo Lula com a do governo Fernando Henrique Cardoso. "Tivemos o mesmo resultado de quando FHC não era mencionado", informou Lavareda.

A pesquisa mostra também que diminuiu, de 46% para 44%, o percentual de eleitores que consideram sua situação financeira pessoal agora melhor do que há quatro anos. Ocorre que o número de pessoas afirmando que piorou diminuiu de 24% para 22%. Tudo isso ratifica, na avaliação de Lavareda, que é no terreno da economia que está se dando o processo de escolha dos eleitores em favor de Lula. Mesmo a exploração, pelo candidato tucano, do fato de que o Brasil cresceu menos nos últimos anos do que outros países não está surtindo efeito junto ao eleitorado.

Segundo a pesquisa do Ipespe, 46% dos eleitores de Alckmin acham que a economia brasileira cresceu tanto ou mais do que outras economias. Isso é mais do que os 40% que acreditam que cresceu menos. Trinta e um por cento dos eleitores de Alckmin aprovam a gestão de Lula na área econômica. "É a economia que está levando a água para o moinho das intenções de voto de Lula", disse Lavareda.

Quanto às intenções de voto, a 5ª pesquisa Ipespe/Valor mostra estabilidade em relação à enquete anterior. Na pesquisa espontânea, Lula tem os mesmos 41% de intenções de voto, face a 19% de Alckmin (que cresceu um ponto percentual) e a 5% de Heloísa Helena. Na pesquisa estimulada, Lula lidera com 49%, percentual que lhe daria a vitória no primeiro turno da eleição, seguido por Alckmin com 28% (alta de 1%) e Helena com 8% (queda de 1%). O candidato do PDT, senador Cristovam Buarque, que antes tinha 1%, agora caiu para zero.

De acordo com a pesquisa, 32% de seus eleitores dizem que ainda podem mudar de candidato. Como Lula tem 49% das intenções de votos na pesquisa estimulada, isso representa quase 16% dos eleitores.

A consolidação do voto petista é inferior ao do voto tucano. À pergunta se a opção de voto seria definitiva, 74% dos eleitores de Alckmin responderam que sim, enquanto entre os eleitores de Lula este patamar foi de 67%

O terceiro aspecto ruim para o candidato petista é que a decisão de Alckmin de explorar as denúncias do mensalão estão produzindo efeitos, ainda que limitados. Para 40% dos entrevistados, as denúncias diminuem a vontade de votar em Lula.

"Isso justifica a manutenção da artilharia de Alckmin contra Lula", comentou Lavareda. A pesquisa, por outro lado, mostra que 81% dos eleitores do Lula não mudarão seu voto em função das denúncias do mensalão. Se, para crescer, Alckmin precisa tirar votos do presidente, a pesquisa mostra um alcance limitado das denúncias do mensalão.

Ele lembrou que as intenções de voto pouco têm a ver com as propostas dos candidatos. De fato, segundo a pesquisa, Lula e Alckmin têm praticamente o mesmo percentual de eleitores que consideram suas propostas as melhores para o país - respectivamente, 33% e 31%.