quarta-feira, julho 12, 2006

23) Circulando pela internet, talvez teoria conspiratória, mas caberia buscar mais evidências...

Recebido de uma dessas correntes que circulam pela internet, sem que você saiba como ou por que é "atingido" por esse tipo de mensagem, certamente suspeita, mas sempre cabe ler e refletir...

"De: Vinicius D´Ottaviano
Data: Ter Jul 11, 2006 2:39 am
Assunto: A Casa Caiu!!!
RELATÓRIO DA PM (VAZOU):

Diabo Verde teve acesso a informação: é estarrecedor!!! Em primeira mão para vocês... Relatório do Cap. Antônio De Lamare Junior, que trabalha no setor de inteligência da Polícia Militar:

O criminoso capturado do PCC, João Henrique Baptista, o "Tantão" declarou neste domingo de madrugada que o mandante dos ataques é um guerrilheiro das FARC muito conhecido entre os membros do PCC como "Taiguara".


Esse guerrilheiro teria, há cerca de uns 15 dias, participado de uma reunião na fronteira do Brasil com a Colômbia, na cidade de Letícia. Teriam participado dessa reunião, além de Taiguara mais 4 membros das FARC e nada menos que o próprio José Dirceu, dois assessores e o piloto do avião (um piper cherokee fretado no Brasil). Segundo revelou "Tantão", a idéia era "fazer bagunça para queimar o Alckmin".

Os participantes seriam em sua maior parte aqueles beneficiados no Feriado do Dia das Mães. As armas seriam entregues em local informado pelo pessoal das FARC. O presente relatório foi impedido de ser publicado no momento em que o Ministro da Justiça tomou conhecimento do mesmo nesta segunda-feira, quando compareceu em São Paulo.

Segundo declarações de um policial que pediu para não ser identificado, o criminoso "Tantão" entrou em uma viatura da PM às 04:30 hrs da manhã desta segunda-feira e permanece em destino ignorado.

Então: As armas de guerra do crime - e as drogas - passam pelas fronteiras abertas do país tropical. As mortes violentas de brasileiros comuns há muito tempo superam as estatísticas de mortes das guerras no Oriente Médio. Agora, são as mortes de agentes de Estado que superam as guerras.

O brasileiro há muito está escondido atrás das grades de sua casa. Agora, são as autoridades que são acuadas. Há muito, o crime vem sendo comandado por celulares, dos presídios. Todos nós sabemos.Há muito, ônibus são incendiados pelo crime em Vitória e no Rio de Janeiro. Não é a primeira vez que o crime ataca a polícia - já atacou quartéis das Forças Armadas. A rebelião mostra poder de ser nacional e com arrogância.

Não foi por falta de aviso. Foi por falta de competência e de vergonha. Porque se falta dinheiro para a segurança ou para a educação, não tem faltado para sanguessugas e mensaleiros, maus exemplos de imunidade dos que fazem as leis da impunidade!!!

Esta mensagem foi enviada por Labestia Jr. o criminoso da ordem político nacional (reeleição) e internacional (Colômbia, Venezuela e Cuba) "fornecedores" de cocaína e da política na América Latina para a implantação da URSAL - União das Repúblicas Socialistas da América Latina.

Neste último fim de semana assistimos, estarrecidos, os acontecimentos violentos contra o Sistema de Segurança do Estado de São Paulo. Os meios de comunicação e o próprio governo nos informam que a principal razão para os atos de "barbárie" seria a transferência de presos para um determinado presídio. Será?

Todos nós brasileiros aprendemos, depois de tantos anos de violência e corrupção, que bandido, bandido mesmo, seja ele traficante, ladrão de banco, corrupto e, até mesmo os ladrões-de-galinhas, não agiriam contra seus próprios "empreendimentos" (se é que vocês me entendem).

Bandido que é bandido,São Paulo. faz de tudo para manter seus "pontos", suas "bocas de fumo", suas "fontes de renda", bandido que é bandido, não age politicamente, não entra em confronto, assim, "de graça" com a polícia. Isso representa prejuízo muito grande para seus negócios.

Rebeliões em presídios sempre aconteceram, por conta de super-lotação, melhores condições para os presos, etc.

Mas, esta rebelião contra o Sistema de Segurança do Estado de São Paulo possui, claramente, um objetivo político.

Os chefões do PCC não arriscariam o lucro com o comércio de drogas em São Paulo e não colocariam todo o sistema de segurança em alerta, contra suas "fontes de renda", pelo simples fato de terem sido transferidos para um determinado presídio.

Então, nos perguntamos:


- Por que esta rebelião acontece agora, justamente no Estado de São Paulo?
Ora, caros amigos, os chefões do PCC, que são poucos, estão entre a cruz e a caldeirinha. Todos sabemos de onde vem a droga que entra no Brasil. Ela é plantada em três países: Colômbia, Venezuela e agora, com o aval do presidente Boliviano, teremos plantações "legítimas" de coca na Bolívia.

Então, por que os chefões do PCC estão agindo contra o Sistema de Segurança do Estado de São Paulo, um dos maiores do país? Por que fariam isso? Por que arriscariam seus "negócios"?

- Porque a ordem veio dos "fornecedores".
Os "fornecedores", que agora também estão no comando do poder dos países plantadores de coca querem, claramente, que o regime democrático de nosso país seja afrontado e que os Governos que representam "riscos" para seu "regime falsamente ideológico esquerdista", patrocinado, em grande parte, pelos traficantes, não seja ameaçado.

- Por que o Estado de São Paulo representa um risco?
Porque São Paulo é a capital mais produtiva de nosso país, é governada por um partido que se diz "neo-liberal", o único com alguma chance de derrubar os planos de se fazer da América Latina um território esquerdista, onde Hugo Chávez seria o grande líder de um continente onde a droga é plantada livre e legalmente, com o objetivo financiar os governos ditadoriais-esquerdistas como os de Cuba e Venezuela.

Por isso os dirigentes do PCC estão entre a cruz e a caldeirinha: Ou, enfrentam todo o Sistema de Segurança do Estado mais poderoso de nosso país. Ou, correm o risco de ficar sem o "GÁS-COCA" que alimenta o mercado das drogas.

É hora de pensarmos seriamente sobre os riscos que Hugo Chávez e vários outros dirigentes de países e partidos que se dizem "esquerdistas", inclusive em nosso país, estão criando para a democracia de nosso tão amado Brasil. Afinal, é bem mais fácil negociar com o partido brasileiro, onde atual presidente liberou uma TV só para Hugo Chávez, a Tele Sur, um o partido que aceitou dinheiro da ASFARC e de Cuba e que tinha, como projeto de uma de suas facções a previsão de arrecadar US$ 1.000.000.000,00 (Um bilhão de dólares) para transformar a América Latina num território "esquerdista" (URSAL) e plantador de coca. (Estão aí a morte de Celso Daniel, o Escândalo do Mensalão, as falcatruas publicitárias, e tantas coisas a mais).

Se o Governo de São Paulo quer realmente desvendar essa farsa, basta investigar mais seriamente os criminosos, que estão se passando por advogados dos comandantes do PCCs. Comecem a investigar as "viagens" e de onde está vindo o dinheiro desses "ditos advogados" que, em verdade são bandidos que possuem as carteirinhas da OAB e estão repassando as ordens vindas da Colômbia, Venezuela e Cuba.

São eles que estão trazendo as ordens dos "fornecedores" para serem repassadas ao comando do PCC, pois eles são patrocinados pelos chefões que financiam o tráfico e a política na América Latina.

Todos sabemos, é do conhecimento geral:
- Bandido não rasga dinheiro à toa e não age politicamente sem que um comando maior esteja por trás. Esses atos de barbárie são, com certeza, políticos mas, se Deus quiser, assim como o mensalão e tantos outras falcatruas, irão ser passados à limpo.

Tudo o que está acontecendo em São Paulo foi arquitetado pelo Palácio do Planalto para "mudar o foco" das denúncias da revista Veja sobre as contas em paraísos fiscais que seriam do presidente Lula e do resto do PT e para acabar com a credibilidade do candidato do PSDB Geraldo Alckmin, cuja base eleitoral é São Paulo. Mais detalhes veja abaixo.

E HÁ CEGOS QUE NÃO QUEREM VER !!!!
Já tenho mencionado isso a mais de um mês, mas vou repetir e podem mandar para quem quiserem o que aqui abaixo vou escrever. Estava mais que na cara que este partido de comunistas iria fazer algo para acabar com a credibilidade do único candidato que poderia interferir na sua sede inescrupulosa pelo poder, que eles detém a fim de perpetuar no comando da nação o imbecílico Dom Luiz Ignácio Corleone.

Também já mencionei anteriormente, inclusive em crônica divulgada nos jornais Folha de São Paulo e Estadão, que o maior entrave para Geraldo Alckmin era o secretário de segurança pública do estado de São Paulo, o arrogante e prepotente secretário Saulo. Não deu outra. A quadrilha do planalto central pegou exatamente na chaga que poderia atacar.

Através de pessoas infiltradas dentro dos presídios, prometeram liberdade para os marginais perigosos, desde que eles, viessem a ajudar a desestabilizar o arcaico sistema prisional paulista.

A troco de promessas e de dinheiro conseguiram infiltrar ainda mais celulares e através deles conseguiram causar o caos em todo o estado, eliminando feito moscas nossos policiais militares e civis. Cabe ressaltar que, os policiais andam fardados e tem local fixo de trabalho, sendo que por outro lado o marginal anda sem identificação na testa que identifiquem as suas ações criminosas, melhor dizendo, o crime se organizou, porém a polícia que deveria ser o caçador, acabou virando caça.

Na sede de poder que aqueles delinqüentes (PT) tem em se perpetuar no poder, não se importam de usar qualquer subterfúgio, por mais sádico que seja, para atingir às sua finalidades, mesmo que elas sejam por demais sórdidas.

Se acham que isso irá parar por ai estão enganados. Foi publicado ontem no jornal Estado de São Paulo, que, em gravação de celulares de dentro dos presídios paulistas, haviam partido ordens para não só matar policiais, mas sim vários membros do PSDB e da oposição ao desgoverno federal.

Cuidado amigos, pois a próxima vítima pode ser qualquer um de nós."

A desconfiança é de rigor, mas caberi aguardar novas evidências...

segunda-feira, julho 10, 2006

22) Verticalizacao?: R.I.P

Do site de Congresso em Foco:
(Brasília, 09 de Julho de 2006)


LETRA MORTA
O quadro consolidado das composições nos estados condena antecipadamente à morte a chamada verticalização, que pretendia estabelecer coerência entre as alianças feitas regionalmente e aquelas que têm como alvo a disputa presidencial. Veja como será a largada eleitoral em cada estado.

Salada partidária engole a verticalização
Levantamento aponta fragilidade dos acertos nacionais nas disputas locais. Psol é o partido com maior número de candidatos a governador

Edson Sardinha e Sylvio Costa*

Levantamento feito pelo Congresso em Foco mostra que o quadro final das candidaturas majoritárias nos estados (disputa para os governos locais e o Senado) sela a sentença de morte da chamada verticalização. Por esse instrumento, os partidos são obrigados a respeitar no plano estadual as alianças que fazem para a eleição de presidente da República. Na prática, prevalece um vale-tudo no qual a força pessoal de caciques políticos - nacionais ou regionais - exerce bem mais influência no jogo eleitoral que a fidelidade aos partidos e às coligações que eles fazem na esfera federal.

O levantamento confirma as dificuldades que o PSDB de Geraldo Alckmin enfrenta para concretizar nos estados a coligação que fez com o PFL. Lança luz sobre os rumos inusitados que assumem as composições partidárias estaduais (o esquerdismo light do PPS, por exemplo, emerge como um dos principais aliados do conservador PFL na disputa nos estados). E, entre outras curiosidades, consagra o Psol como o partido que lançou maior número de candidatos a governador.

A incoerência entre os acordos nacionais dos partidos e suas alianças na esfera estadual talvez seja, porém, a característica mais evidente da batalha que os diversos partidos travarão nos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal. A verticalização não resistiu à a esquizofrenia do nosso quadro partidário.

O jeitinho derrotou a norma

Para entender melhor a questão da verticalização, é preciso voltar no tempo. Em fevereiro deste ano, o Congresso Nacional aprovou emenda constitucional acabando com o mecanismo. Alegando que a decisão não havia respeitado o prazo mínimo de um ano previsto pela Constituição Federal, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) concluiu que a regra só poderia valer a partir do pleito de 2010.

Mas, depois de ameaçar endurecer ainda mais a regra, o TSE terminou mantendo a norma que prevaleceu em 2002: os partidos adversários nas eleições presidenciais não podem se coligar nas disputas estaduais, mas os demais partidos ficaram livres para se coligarem como bem entenderem nas disputas estaduais.

Se a norma é a mesma que prevaleceu quatro anos atrás, o que mudou em 2006? O comportamento dos partidos. Ou por estarem mergulhados em profundas divisões internas (como o PMDB) ou por terem como prioridade eleger bancadas expressivas para a Câmara dos Deputados (PSB e PPS, por exemplo), vários partidos optaram por não lançar oficialmente candidatos a presidente.

Resultado: ampliou-se o espaço para as eleições estaduais girarem de acordo com uma lógica própria, contrariando muitas vezes aquela que guia a corrida ao Palácio do Planalto. Apenas dois partidos, o PT e o PCdoB, conseguiram reproduzir em todo o país a aliança feita em torno de um postulante ao Planalto (no caso, ao redor de Lula). Pode-se dizer, portanto, que o jeitinho derrotou a norma, fazendo na prática prevalecer a vontade original do Congresso.

PSDB X PFL

Na campanha pelos governos estaduais ou ao Senado, o PSDB de Alckmin enfrenta o PFL, do candidato a vice-presidente da República José Jorge, em 12 unidades da federação (RJ, PR, BA, DF, GO, AM, MT, AL, MA, TO, PI e RO). Tucanos e pefelistas só estão oficialmente juntos em 14 das 27 unidades federativas. Em alguns estados, o clima entre as duas legendas chega a ser belicoso.

Alckmin teve, por exemplo, de intervir pessoalmente na Bahia para que o PSDB desistisse da candidatura ao governo de José Carlos Fernandes, em favor da reeleição do governador Paulo Souto (PFL), para não perder o apoio da turma do senador Antonio Carlos Magalhães. Ainda assim, a manutenção da candidatura do ex-carlista Antônio Imbassahy (PSDB) ameaça as pretensões do senador Rodolpho Tourinho (PFL) de renovar o mandato por mais oito anos. No Piauí, Hugo Napoleão (PFL) e Freitas Neto (PSDB) também se confrontam na luta por uma cadeira no Senado.

O quadro é ainda mais insólito no Paraná, onde tucanos brigam na Justiça. Uma ala do partido, liderada pelo deputado estadual Valdir Rossoni, com o apoio da Executiva Nacional do PSDB, tenta anular a convenção que aprovou a coligação com o governador Roberto Requião (PMDB). Candidato à reeleição, Requião apresentou o presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão (PSDB), como seu vice, numa chapa composta ainda pelo senador Álvaro Dias (PSDB), que tenta a reeleição.

Líder da oposição no Senado, Álvaro já declarou que votará no irmão, o também senador Osmar Dias (PDT), adversário de Requião na corrida ao Palácio do Iguaçu. Para o PSDB nacional, é vital impugnar a aliança com o PMDB: Requião será o coordenador da campanha de Lula no Sul do país e não abrirá seu palanque para Alckmin no estado. Enquanto isso, o PFL local trabalha pela eleição do ex-deputado Rubens Bueno (PPS), que tem como vice o pefelista Marcelo Puppi, vereador do município de Campo Largo.

A divergência entre o PFL e o PSDB também é intensa no Rio de Janeiro, onde os tucanos exibem hoje poucas chances de chegarem ao Palácio das Laranjeiras com o deputado Eduardo Paes (RJ), que aparece apenas em quarto lugar nas pesquisas. Os pefelistas indicaram Eider Dantas como vice da deputada Juíza Denise Frossard (PPS), que está em terceiro lugar na preferência do eleitorado fluminense, atrás de Marcelo Crivella (PRB) e do líder Sérgio Cabral (PMDB).

Salve-se quem puder

O apoio informal do PPS à candidatura de Alckmin não se reproduziu nas candidaturas aos governos estaduais. O partido do deputado federal Roberto Freire (PE) só faz dobradinha com o PSDB em três estados (MA, PI e RS), ao passo que compõe com o PFL em outros seis (MT, TO, RO, RJ, PR e RS).

A aliança dá uma idéia de como conveniências regionais podem tornar ainda mais confusa a salada partidária tupiniquim. O PPS luta para transpor a "cláusula de barreira", isto é, à exigência de obtenção de pelo menos 5% dos votos válidos em todo o país para a eleição de deputados federais. Quem não passar por esse difícil vestibular receberá castigo duplo. Ficará sem os recursos públicos distribuídos por meio do fundo partidário e perderá o direito de fazer propaganda no rádio e na TV.

Pela mesma razão, o PSB - que em 2002 lançou Anthony Garotinho (hoje no PMDB) para a Presidência e coligou-se com o PT nas eleições presidenciais anteriores - dará agora apoio apenas "informal". Em quase todos os estados, no entanto, os dois partidos estarão juntos (formal ou informalmente).

Neste salve-se quem puder, o PMDB segue sua trajetória incerta e contraditória. Depois de vencer a batalha interna contra lançamento de candidato próprio à Presidência, a ala governista do partido promete anunciar hoje o seu apoio à reeleição de Lula. O gesto ocorre três dias depois de o presidente ter dado ao partido a presidência e três diretorias dos Correios. O número de diretórios do partido que irão aderir ao movimento ainda não está fechado. Mas as previsões variam de 16 a diretórios estaduais. Um apoio nada desprezível, já que o PMDB tem candidatos fortes em 13 dos 16 estados em que disputa como cabeça de chapa.

Se na disputa presidencial o maior partido no Congresso parece mais simpático à candidatura Lula do que à de Alckmin, nos estados, a situação é outra. O PMDB e o PSDB marcham juntos em oito estados. Com o PFL, a aliança se repete em sete lugares, ao passo que, com o PT, restringe-se a seis estados (MG, BA, CE, PB, SE e RR).

As alianças do PT

Apesar do apelo do presidente Lula para que o PT cedesse aos aliados onde o partido tem poucas chances de vitória, o PT lançou 18 candidatos a governador. Coligados com o PCdoB em todos os estados, os petistas priorizaram as alianças com o PSB, que se repetem 16 vezes, com o PL, em 12 estados, e, em 11, com o PRB, do vice-presidente José Alencar. Em quatro estados, os petistas ficaram de fora da chapa majoritária para não melindrar a relação com os aliados (ES, AM, RN e RR).

No Amazonas, os petistas vão pedir voto para o governador Eduardo Braga (PMDB), candidato à reeleição. Em troca, esperam votos e palanque para Lula. A mesma situação ocorre em Roraima, onde o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB), concorre ao governo estadual. No Rio Grande do Norte, o PT abriu mão de qualquer candidatura majoritária em favor em favor dos planos de reeleição da governadora Wilma de Faria (PSB).

Mas, em poucos lugares, o quadro partidário é tão confuso quanto no Espírito Santo, onde petistas e tucanos dividirão o mesmo palanque, o do governador Paulo Hartung (PMDB), que disputa a reeleição. Favorito nas pesquisas, Hartung reuniu uma miscelânea partidária em torno de seu nome. Além da aliança formal com o PSDB, o PFL e o PTB, o peemedebista terá o apoio de outra coligação, formada por PT, PSB, PL, PCdoB, PMN, PV, PSC e PRB.

A costura do acordo envolveu um complexo arranjo que deixa Alckmin praticamente sem palanque no estado. O PT desistiu de lançar o deputado estadual Cláudio Vereza ao governo em troca do apoio de Hartung à reeleição de Lula e à candidatura do deputado Renato Casagrande (PSB) a senador. O governador ainda conseguiu fulminar com a candidatura do ex-prefeito de Vitória Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB) ao Senado mesmo depois de ela ter sido aprovada em convenção. A coalizão pró-Hartung é confrontada com outra numerosa frente partidária. Apóiam a candidatura do pedetista Sérgio Vidigal nada menos do que nove partidos (além do PDT, os mais importantes são o PP e PPS).

A formação de grandes blocos partidários nestas eleições não é exclusividade dos capixabas. No Pará, o palanque do ex-governador Almir Gabriel (PSDB) será pequeno para abrigar os representantes de outros 13 partidos (PAN, PPN, PMN, PP, PTB, PSC, PRTB, PRP, PFL, PV, Prona, PTdoB e PTC) que anunciaram apoio à candidatura do tucano. O PSDB também precisará reforçar o tablado na Paraíba caso os oito partidos que defendem a reeleição do governador Cássio Cunha Lima decidam ocupar o palanque ao mesmo tempo.

A mesma observação vale para o ex-ministro Jaques Wagner (PT), candidato a governador da Bahia. Os petistas baianos estarão lado a lado com o PMDB, que concorrerá a vice com o ex-deputado estadual Edmundo Pereira, e outras seis legendas. Oito também é o número de partidos que apóiam a eleição de Cid Gomes (PSB), no Ceará, e de Alcides Rodrigues (PP), em Goiás.

Psol com mais candidatos

À exceção do PMDB, os partidos que têm candidato à Presidência despontam como os que registraram mais candidaturas majoritárias nos estados, numa clara preocupação em oferecer a maior quantidade possível de palanques aos respectivos presidenciáveis. Nesse aspecto, o Psol, da senadora Heloísa Helena (AL), saiu na frente. Lançou candidato a governador em 19 estados, um a mais que o PT.

Os tucanos aparecem logo em seguida, encabeçando 17 chapas. Dono da maior bancada de congressistas, prefeitos e governadores, o PMDB lançou 16 candidatos aos governos estaduais. Com o mesmo número de candidaturas ao Executivo, aparece o inexpressivo PSDC, que não ocupa sequer uma cadeira no Congresso, mas que pretende turbinar a campanha de seu candidato a presidente, José Maria Eymael. O partido também surpreendeu na Bahia ao lançar o eterno menestrel Juca Chaves como candidato ao Senado.

O PDT, de Cristovam Buarque, terá dez candidatos a governador. E, pela primeira vez, marchará para as eleições estaduais em franca oposição ao PT, antigo aliado e mais novo desafeto. Já o PCO, de Rui Pimenta, lançou candidatura própria em oito estados.

Entre os presidenciáveis, o que terá menos palanques será justamente o mais rico dos candidatos, Luciano Bivar, que declarou à Justiça eleitoral um patrimônio pessoal de quase R$ 9 milhões. O PSL encabeça chapa em apenas quatro estados.

Entre os demais partidos com bancada expressiva no Congresso, o PSB é o único que tem mais de dez candidatos a governador (11). Terceira força na Câmara, o PFL concorre a governador em apenas sete estados. O PPS, com cinco; o PP e o PV, com três cada. Os mais tímidos, porém, são o PCdoB, o PL e o PTB, que lançaram apenas um nome à sucessão estadual cada um.

Incógnitas para todos os gostos

Grosso modo, as alianças estaduais permitirão aos dois principais presidenciáveis dispor de palanques vistosos na grande maioria dos estados. Entre as vantagens de Alckmin nesse terreno, está o fato de ter uma fortíssima base de apoio nos dois maiores colégios eleitorais do país (São Paulo e Minas Gerais), onde os candidatos tucanos José Serra e Aécio Neves se encontram, segundo as pesquisas mais recentes, disparados na preferência do eleitorado.

Mas, ao menos na largada, a candidatura Lula pinta como a melhor escorada em alianças regionais. Além da fidelidade do PCdoB, do PSB e do PRB, ela conta com o apoio eventual de grandes partidos, como o PMDB e, eventualmente, até mesmo do PFL e do PSDB.

No Ceará, terra do presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati, o governador tucano Lúcio Alcântara anima seus apoiadores a venderem a dobradinha "Lu-lu", Lula para presidente e Lúcio para o governo. No Maranhão, o PFL da candidata ao governo Roseana Sarney está fechada com o petista. Em ambos estados, curiosamente, os principais concorrentes da oposição também defendem a reeleição de Lula (Cid Gomes, do PSB, no Ceará; e Edson Vidigal, do PSB, no Maranhão).

Todos esses dados, contudo, merecem ser analisados à luz de três fatores. O primeiro é que eleições passadas provam que alianças não constituem garantia de transferência de votos. Se o pleito nos estados se desenvolve com larga autonomia em relação à sucessão presidencial, a recíproca é verdadeira. A corrida para o Planalto também possui dinâmica própria, já que a maior parte dos eleitores faz suas escolhas à revelia de acertos partidários (eles são, tanto quanto os políticos, pouco fiéis a partidos).

A situação em Goiás é uma demonstração disso. Lá, o senador Maguito Vilela (PMDB), defensor declarado da reeleição de Lula, está disparado nas pesquisas de intenção de votos para o governo. Nas pesquisas para presidente, entretanto, Alckmin está à frente de Lula entre os eleitores goianos.

O segundo fator é o elevado grau de informalidade nas composições políticas locais, que aumenta as incógnitas sobre o aprofundamento ou não de alianças até agora ensaiadas. Em vários estados, a marcha das coligações não permite ainda um prognóstico seguro sobre o comportamento das principais lideranças regionais em relação à disputa presidencial.

No Rio Grande do Sul, o até agora neutro governador Germano Rigotto (PMDB), candidato à reeleição, é assediado pelos tucanos para abraçar a candidatura Alckmin. Em Pernambuco, o ex-governador Jarbas Vasconcellos (PMDB), que concorre ao Senado, votará no tucano, mas resiste à idéia de mergulhar de cabeça na campanha do ex-governador paulista, temendo atrapalhar sua própria eleição.

Em Alagoas, a situação é mais complicada. O senador Renan Calheiros (PMDB) é o grande avalista do nome lançado ao governo pelo PSDB, o também senador Teotônio Vilela Filho. Mas Renan exige de Téo, ex-presidente nacional do partido, que ele no mínimo não dificulte a vida de Lula no estado.

O terceiro fator diz respeito às surpresas que todo processo eleitoral pode trazer. Como consagra a sabedoria popular, "de urna e de cabeça de juiz nunca se sabe ao certo o que vai sair".


Confira o mapa das candidaturas e coligações por estado

* Com base em levantamento feito pelos repórteres Paulo Henrique Zarat e Tarciso Nascimento

domingo, julho 09, 2006

21) Minhas propostas de politicas publicas para o proximo governo (qualquer que seja ele)

Prioridades possíveis em uma administração racional

Paulo Roberto de Almeida

Todo mundo tem a sua pequena lista de tarefas urgentes e inadiáveis a serem feitas no Brasil: se consultarmos os representantes do povo, eleitos para isso mesmo, eles já têm pronta uma lista enorme de projetos a serem implementados com a máxima urgência possível, com a particularidade de que são todos nas respectivas circunscrições eleitorais, obviamente. Se perguntarmos a um conclave de universitários, reunidos por exemplo numa dessas conferências anuais da SBPC, eles também terão a sua lista de prioridades, geralmente vinculadas à ciência e tecnologia, ao investimento em educação, incentivo à pesquisa, aumento de salário aos professores – notoriamente defasados –, financiamento às universidades e coisas do gênero. Se falarmos com os industriais, ou aos agricultores ou ainda aos simples trabalhadores do campo e da cidade, cada uma dessas categorias terá uma lista de medidas urgentes a serem tomadas pelo governo, sob risco de desemprego, insuficiência alimentar, deterioração das condições de vida ou sabe-se lá o que mais.
Recursos orçamentários são, por definição, escassos, como mais de um governo “comprometido com o povo” descobriu no dia ou nas semanas seguintes à vitória nas eleições. Não dá obviamente para fazer tudo ao mesmo tempo ou sequer no tempo total do mandato. Como já disse alguém, “não espere que eu faça em quatro anos aquilo que não foi feito nos últimos 500 anos”. Elementar, não é mesmo?
O problema é que as pressões emergem de todo lado, cada grupo de interesses, cada categoria social berrando pela sua fatia do orçamento e os políticos estão aí para isso mesmo: para fazer chantagem com o governo de plantão, só dando o seu voto depois de ter assegurado o financiamento para o seu projeto particular. O resultado é o pior possível, com a fragmentação total do orçamento público em uma miríade de pequenos projetos, quando não o esquartejamento puro e simples dos recursos escassos em uma multitude de pequenos gastos que não resolvem qualquer dos grandes problemas sociais do país e mantém intactos os pequenos problemas com sua resolução parcial mediante uma parte da verba originalmente pedida.
Pois bem, a intenção do presente exercício é outra. Seria a de tentar concentrar os recursos disponíveis mediante sua focalização nos melhores projetos disponíveis. O critério básico é o de encontrar as prioridades sociais efetivas, isto é, aquelas ações que redundam no maior efeito social possível, alcançando o maior volume de pessoas que exibem carências detectáveis que redundam em perdas sociais mensuráveis. A aplicação dos recursos disponíveis – por definição escassos, como sempre – tem de ser feita com a melhor eficácia possível no dispêndio, o que os economistas usualmente chamam de custo-benefício, ou seja, o maior retorno alcançável pelo dinheiro aplicado. Por fim, a ação visada precisa apresentar eficiência; em outras palavras, estender benefícios ao maior número com efeitos permanentes de bem-estar, contribuindo para a elevação dos índices de produtividade social (direta ou indiretamente).
Com base nessa trilogia – prioridades efetivas, custo-eficácia e eficiência – podemos traçar uma escala de ações prioritárias que poderiam ser implementadas por um governo interessado em corrigir as distorções mais gritantes existentes na sociedade brasileira, quais sejam, a desigualdade, a má educação, a infra-estrutura precária e uma baixa produtividade geral no sistema produtivo. Não consideremos aqui demandas de grupos ou, mesmo, a escassez de recursos. Vamos simplesmente supor que temos um volume de recursos dado, mas que precisamos escolher apenas as ações mais prioritárias dentre as prioridades governamentais, deixando para depois as menos prioritárias. Numa segunda etapa, pode-se discutir a disponibilidade de recursos. Não vamos tampouco considerar o sistema político, mas sim uma organização a mais racional possível, que aja com base na já mencionada eficácia e eficiência máximas dos investimentos feitos.

Escala de prioridades com o máximo de retorno social e econômico

1) Melhoria da qualidade da educação com gerenciamento eficiente dos recursos
(a) alcançar a cobertura máxima de crianças escolarizáveis, entre 2 e 17 anos, o que implica ampliar a pré-escola e redimensionar a rede escolar espacialmente; concentrar recursos no básico (fundamental e médio) e no técnico-profissional;
(b) ampliar a permanência escolar no ciclo fundamental público, estendendo o período de estudo efetivo na escola; vincular programas do tipo bolsa-escola aos programas de assistência social;
(c) aperfeiçoar a formação dos professores dos ciclos infantil, fundamental, médio e técnico-profissional públicos, com incentivos financeiros segundo o desempenho, medido pelo aproveitamento efetivo do estudante (abolido o critério da aprovação automática); recursos de tecnologia de informação devem estar concentrados no professor e nos centros de documentação e bibliotecas das escolas;
(d) mudanças curriculares de molde a reforçar o núcleo básico de estudos (língua nacional, ciências, matemáticas e estudos sociais), com opções de disciplinas suplementares disponíveis segundo os recursos apresentados e decisão a ser tomada de forma descentralizada pelos conselhos de educação em nível municipal e associações de pais e mestres nos diversos centros escolares;
(e) eficiência na gestão escolar, com estímulos financeiros e funcionais em função da melhoria no desempenho (mais em escala relativa do que absoluta).

2) Melhoria dos padrões de saúde da população mais carente
(a) ampliar a rede de serviços básicos de saúde, num sentido preventivo e educativo; integração dos serviços de saneamento básico para prevenir doenças infecto-contagiosas e prover água de qualidade a todas as comunidades;
(b) programa nacional de nutrição e alimentação, com seguimento das crianças, integrado aos serviços escolares; formação de recursos humanos em economia doméstica e produção local de alimentos;
(c) rede integrada de saúde familiar e de hospitais comunitários; equipes volantes permanentes para o controle das doenças transmissíveis e contagiosas; vigilância integrada das gestantes e crianças na primeira idade;
(d) programas permanentes de riscos de gravidez – com ampla oferta de meios preventivos – e seguimento integral em casos de parto não desejado; programas integrados de abrigo e adoção de crianças;
(e) melhoria da gestão das redes de saúde e hospitalar, para reduzir a corrupção e os desvios e aumentar a eficiência dos recursos disponibilizados; transparência total das despesas efetuadas, com seguimento integral das operações financeiras e transferências de recursos via Siafi aberto ao nível das unidades.

3) Eficiência na gestão estatal, com redução da carga fiscal
(a) Reforma tributária para a redução da carga total sobre o sistema produtivo, segundo programa progressivo em dez anos, com redução de dez pontos do PIB, sendo meio ponto a cada semestre
(b) Combate à corrupção no sistema público, por meio de redução ampla da mediação dos recursos pela via política e ampliação da transparência dos gastos públicos, com seguimento integral pela internet; elaboração e execução orçamentárias igualmente disponíveis na internet;
(c) ampliação do sistema de parcerias público-privadas (PPPs) para o maior número possível de setores envolvidos nos serviços públicos (que não necessitam ser estatais); privatização de atividades que não sejam tipicamente estatais ou públicas;
(d) consolidação da independência da autoridade monetária como guardiã exclusiva da estabilidade da moeda e da defesa do poder de compra da população;
(e) ampliação e aprofundamento da legislação sobre responsabilidade fiscal, com desdobramento dos mecanismos preventivos de controle de desequilíbrios potenciais;
(f) reforma administrativa com diminuição do número de ministérios, redução dos gastos com os corpos legislativos federal, estaduais e municipais e da própria representação política, hoje superdimensionada; atribuição de diversas funções estatais a novas agências reguladoras independentes; início progressivo do fim da estabilidade no serviço público, com exceção de algumas carreiras de Estado, estritamente definidas; reforma do sistema judiciário para melhoria de sua eficiência.

4) Reformas microeconômicas para a melhoria do ambiente de negócios
(a) ampla reforma trabalhista num sentido mais contratualista do que com base no diploma legal; eliminação do imposto sindical e da justiça trabalhista, com amplo recurso ao sistema arbitral e criação de varas especializadas na justiça comum;
(b) redução da informalidade empresarial e trabalhista mediante reformas tributária, regulatória e burocrática; redução dos custos de transação impostos pelo Estado;
(c) descentralização dos sistemas de compras públicas, com uso ampliado dos mecanismos eletrônicos de oferta, aquisição e controle dos gastos efetuados;
(d) eliminação dos tratamentos diferenciados entre setores, de maneira a eliminar distorções e competição fiscal danosa aos orçamentos públicos e aos regimes tributários;
(e) ampliação da competição interna e externa, com eliminação de cartéis e setores oligopolizados, redução do protecionismo alfandegário e maior integração à economia mundial, com abertura ampliada aos investimentos estrangeiros.

5) Segurança pública
(a) reformulação dos aparelhos policial, penitenciário e de justiça, num sentido preventivo, repressivo e restaurativo;
(b) diminuição da idade de imputabilidade legal;
(c) redução dos casos de prescrição de pena e ampliação dos prazos;
(d) integração do sistema preventivo com os mecanismos de assistência social e de incorporação escolar, para diminuir a delinqüência juvenil e a criminalidade envolvendo crianças.

Creio que bastam esses cinco conjuntos de tarefas como indicativo de um esforço concentrado numa agenda transformadora, pois eles me parecem cobrir o essencial dos problemas mais prementes do Brasil atual. Obviamente que se está falando em concentrar a maior parte dos recursos nesses programas, exatamente definidos como “prioridades prioritárias”, sem querer ser redundante. Se isso é verdade, obviamente será preciso deslocar recursos de outros programas, que passam então a ser prioridades secundárias ou “terciárias”. Alguns critérios simples para operar essa “separação” entre “urgências relativas” podem ser usados, como por exemplo:
1) preferir investimentos nos jovens (ou seja, escola e formação) do que nos “velhos” (isto é, a previdência);
2) preferir investimentos na formação básica, média e técnico-profissional, do que gastar sempre mais recursos com o ensino universitário, até agora privilegiado;
3) priorizar a infra-estrutura – e dentro dela as possíveis PPPs – do que políticas setoriais que redundem em dar créditos e facilidades para setores já privilegiados, como os industriais ou a agricultura capitalista;
4) priorizar o investimento na pesquisa tecnológica vinculada ao sistema produtivo;
5) reduzir sempre os gastos com as atividades-meio – inclusive as de natureza política, já superdimensionada – e concentrar os recursos nas atividades diretamente finalísticas;
6) adotar o perfil competitivo para definir ofertas de serviços “públicos” nos mais diversos setores, inclusive fazendo o Estado funcionar com mecanismos similares aos de mercado.

Estes são alguns dos critérios funcionais e operacionais que poderiam ser mobilizados para estabelecer e depois implementar um conjunto bastante restrito, isto é, extremamente seletivo, de políticas públicas a serem detalhadas em programas, projetos e medidas dotadas de continuidade e de sustentação política durante mais de uma gestão presidencial (se possível estendendo-se por pelo menos dois PPAs, ou mais), de maneira a produzir efeitos transformadores permanentes. Como esses procedimentos envolvem ganhos e perdas para grupos sociais específicos, recomenda-se trabalhar primeiro com um grupo restrito de “tecnocratas” com vistas ao “desenho” global das medidas, para depois levar os temas à discussão pública, com exposição clara quanto aos custos e benefícios de cada uma delas e o sentido político que se pretende imprimir a cada uma.
Como disse ao início deste trabalho, aliás no próprio título, trata-se de escolher prioridades num sentido absolutamente racional, visando ao melhor custo-benefício de cada uma delas e seu maior efeito social possível. Custos e benefícios podem ser medidos e discutidos de maneira racional, como convém a um governo inteligente e a uma sociedade consciente de seus problemas e desejosa de encontrar as melhores soluções possíveis, em bases igualmente racionais.
Por certo a política nem sempre é racional, uma vez que feita de emoções e de apelos aos sentimentos humanos. Mas é dever do estadista liberar-se das contingências do momento e das pressões dos grupos particularistas para ver a sociedade da perspectiva da próxima geração. A pergunta a se fazer é muito simples: como eu gostaria que a geração passada tivesse me entregue o país? As respostas fluirão naturalmente...

Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 9 de julho de 2006.

20) Em quem NAO votar, 3: uma reportagem da Veja

Existe nesta matéria, um quadro:

O plantel dos investigados

cujo link para leitura é este aqui:
http://veja.abril.com.br/120706/popup_brasil02.html

19) Em quem NAO votar, 2: uma reportagem da Veja

O que é cada crime

FORMAÇÃO DE QUADRILHA
É a associação de quatro ou mais pessoas para cometer um crime

PECULATO
É quando um servidor público se vale do cargo para apropriar-se de dinheiro ou bem de outra pessoa

APROPRIAÇÃO INDÉBITA
É o crime de quem se apropria de um bem alheio sem o consentimento do dono

CRIME MILITAR
É o ato considerado ilegal dentro da caserna, que pode variar de insubordinação à deserção

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
É o crime que o agente público comete quando desvia verba pública, frauda licitação ou usa o cargo em benefício próprio ou de outrem

CRIME DE RESPONSABILIDADE
É a sanção aplicada ao agente público – presidente, ministros, governadores – que viola as funções de seu cargo

CORRUPÇÃO ATIVA
É o crime de oferecer uma vantagem indevida a um funcionário público

CORRUPÇÃO PASSIVA
É quando o funcionário público aceita vantagem indevida em razão da função que ocupa

CRIME DE ESCRAVIDÃO
É manter trabalhadores em condições de trabalho análogas à de escravidão

CRIME CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO
Engloba crimes como a evasão de divisas e emissão falsa de moedas ou títulos

LAVAGEM DE DINHEIRO
É a dissimulação de recursos de origem ilícita com o objetivo de realocá-los no sistema financeiro

DECLARAÇÃO FALSA DE IMPOSTO DE RENDA
É o crime de prestar informações inverídicas à Receita Federal

CRIME DE ABORTO
É quando se interrompe uma gravidez de forma proposital fora dos casos previstos em lei

CRIME ELEITORAL
São os atos irregulares cometidos durante o pleito, que vão desde boca-de-urna indevida até a compra de votos

EXTORSÃO
É o crime de constranger alguém para obter uma vantagem econômica indevida

SONEGAÇÃO FISCAL
É quando o contribuinte burla o pagamento de impostos ao Fisco

FALSIDADE IDEOLÓGICA
É o ato de omitir a verdadeira identidade, fraudar uma assinatura, usar um documento falso

CRIME CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Contempla uma gama de crimes cometidos por servidores públicos, como peculato, corrupção e concussão

GESTÃO FRAUDULENTA DE INSTITUIÇÃO FINANCEIRA
É a denominação genérica de atos ilícitos cometidos à frente de bancos ou operadoras de câmbio

SEQÜESTRO
É o crime de manter outra pessoa em cárcere privado contra a vontade dela

CRIME CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA
Designa atos ilícitos contra o Fisco, como fazer declarações falsas ou omitir informações tributárias

ESTELIONATO
É o crime de obter vantagem indevida ao induzir alguém a um erro

CRIME AMBIENTAL
É toda ação irregular que afete o meio ambiente, como desmatamento e extração ilegal de recursos naturais

PREVARICAÇÃO
É quando o servidor público deixa de cumprir atos que a obrigação funcional lhe impõe

LESÃO CORPORAL
É o crime de agredir outra pessoa ou ofender sua integridade física

CRIME CONTRA O CONSUMIDOR
Contempla uma gama de crimes tais como omitir o perigo de um produto ou dar informações enganosas

CONCUSSÃO
É quando o funcionário público exige, em razão do cargo que ocupa, vantagem de outra pessoa

18) Em quem NAO votar, 1: uma reportagem da Veja

Dou início nest post a um pequeno serviço de utilidade pública: transcrevo reportagem da Veja que revela que uma parte significativa de parlamentares encontra-se sob suspeita, ou já está sendo investigada, de prática de crimes diversos.
Ainda que muitos deles podem acabar inocentados, ao cabo de um processo que deve demorar muito mais tempo do que o simples calendário eleitoral, creio ser importante ter presente esse tipo de informação na hora de se fazer uma avaliação sobre quem escolhar como nosso representante.
Aliás, acredito que os partidos deveriam, como medida de precaução, procurar instaurar processos internos que fossem bem mais rápidos do que os da justiça, necessariamente lentos. Eles têm, em princípio, interesse em apresentar aos eleitores candidatos insuspeitos, do contrários eles mesmos podem tornar-se suspeitos de conivência ou de tolerância com práticas, digamos, "heterodoxas".
Segue a matéria (assinantes, neste link):

Brasil
Museu vivo do Código Penal
Acredite: 22% dos parlamentares estão sob suspeita de ter cometido algum crime – numa lista que inclui seqüestro, extorsão, estelionato...

Diego Escosteguy

NESTA REPORTAGEM
Quadro: O plantel dos investigados
EXCLUSIVO ON-LINE
Cronologia da Crise

Em vinte anos de democracia, o Brasil sempre conviveu com algum escândalo no Congresso Nacional. Já se flagraram casos de má conduta individual, como o dos pianistas, que votavam em nome do colega, ou de parlamentares suspeitos de cobrar propina para favorecer um suspeito em investigações de CPI. Já houve, também, casos de delinqüência coletiva, como o célebre assalto da máfia dos anões ao Orçamento da União, que resultou na cassação de seis parlamentares, ou a violação do painel eletrônico do Senado, que mandou dois senadores de volta para casa. A atual safra de deputados e senadores, que partem agora para tentar se reeleger (ou não) nas eleições de outubro próximo, bateu todos os recordes e superou as piores expectativas – das propinas cobradas por Severino Cavalcanti à máfia dos sanguessugas ou à turba dos mensaleiros. Na semana passada, um levantamento de VEJA descobriu que, entre os 594 parlamentares, nada menos que 130 estão sob investigação por suspeita de ter cometido uma gama de mais de vinte crimes. Ou seja: a nuvem da suspeita cobre hoje 22% do Congresso.

O plantel de suspeitos representa um volume enorme, mas, na prática, é ainda maior que isso. O levantamento de VEJA inclui apenas os parlamentares cujos supostos crimes já tenham sido tipificados – seja ainda na fase de investigações do Ministério Público, seja na etapa de denúncia ao Supremo Tribunal Federal. Os 94 deputados e senadores da lista atual (veja a relação completa) respondem a 154 processos. São oitenta deputados e catorze senadores de todos os partidos. Com esse critério, VEJA não incluiu, portanto, o nome de 57 parlamentares que estão sendo investigados pelo Ministério Público sob suspeita de envolvimento com a máfia dos sanguessugas porque, como o caso corre sob sigilo judicial, não há informações precisas acerca da identidade de cada um deles nem dos crimes dos quais são suspeitos. Na semana passada, a revista conseguiu apurar o nome de 44 dos 57 parlamentares investigados, mas não descobriu seus supostos crimes. Considerando que, desses 44 sanguessugas, oito já estão na lista pública de VEJA, pode-se concluir que hoje – pelo menos – 130 parlamentares estão sob investigação.

"São dados assustadores. A delinqüência está cada vez mais generalizada no Congresso", resume o professor David Fleischer, do departamento de ciência política da Universidade de Brasília (UnB). O cenário não choca apenas pela quantidade de suspeitos, mas também pela qualidade dos crimes. Na lista, há crimes que costumam aparecer na biografia de bandidos comuns, como estelionato, seqüestro, extorsão, formação de quadrilha. Isso acontece porque o instituto da imunidade parlamentar, que surgiu no século XVII com o objetivo de garantir a liberdade de opinião e voto dos parlamentares sob a monarquia inglesa, foi inteiramente desfigurado sob o ar dos trópicos. Aqui, a imunidade parlamentar, que dá uma série de privilégios legais ao deputado ou senador, em vez de ficar restrita à palavra e ao voto, que são instrumentos essenciais no desempenho da função parlamentar, foi ampliada para crimes comuns – como estelionato, seqüestro, extorsão, formação de quadrilha. Isso explica um fenômeno bem brasileiro: o excesso de bandidos concorrendo a uma cadeira de parlamentar na eleição.

O quadro fica ainda mais grave quando a imunidade parlamentar se associa ao uso abusivo de outra prerrogativa – o foro privilegiado, pelo qual os deputados e senadores acusados de qualquer crime, até mesmo um homicídio, só podem ser julgados pelo Supremo Tribunal Federal, a mais alta corte judiciária do país. O problema é que, até hoje, o STF jamais condenou um único parlamentar. Os processos, sem exceção, acabaram arquivados ou os réus foram inocentados. Naturalmente, um processo sempre pode resultar na absolvição do réu, mas é improvável que todos os processos que não foram arquivados tenham – com justiça – terminado por decretar a inocência do acusado. "O STF é uma corte conservadora e sem estrutura para lidar com matéria penal", diz o sociólogo Luiz Werneck Vianna, do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj), ao externar uma interpretação com a qual concordam os próprios ministros do STF. Cientes dessa realidade, os políticos com algum problema na Justiça fazem de tudo para manter o mandato. E quem não tem mandato faz de tudo para ganhar um. É o caso, agora, do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, acusado de violar o sigilo bancário do caseiro que foi testemunha de seus encontros em uma casa em Brasília com a turminha da pesada formada durante sua passagem pela prefeitura de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. Ou do ex-prefeito paulistano Paulo Maluf, dono de contas secretas no exterior com dezenas de milhões de dólares.

17) A frase da semana: "mensaleiro pode, desde que venha com voto..."

...ou do mês, ou do ano inteiro. Em todo caso, esta frase resume um pouco o que será esta campanha eleitoral presidencial:

"Não aceitamos o conceito de mensalão. Eles vão participar do palanque do presidente como todos os que apóiam a reeleição. O único constrangimento seria se eles não tivessem votos".

Dixit: Marco Aurélio Garcia, assessor especial do presidente e coordenador do seu programa de campanha.
Ela está reproduzida na matéria do jornal O Globo deste domingo, 9 de julho de 2006, escrita por Soraya Aggege.

O que ela diz?: “A maioria dos políticos denunciados à Justiça como membros da ‘quadrilha do mensalão’ dividirá palanques com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em sua campanha pela reeleição. Alguns já lançaram suas candidaturas fazendo propaganda da proximidade com o governo. Apesar de serem considerados suspeitos, o presidente não vê constrangimento nisso e está preparado para as críticas, segundo seu assessor especial e vice-presidente do PT, Marco Aurélio Garcia. 'Não aceitamos o conceito de mensalão. Eles vão participar do palanque do presidente como todos os que apóiam a reeleição. O único constrangimento seria se eles não tivessem votos', diz Marco Aurélio, que também coordena o programa de governo de Lula.”
Ver a matéria neste link.

16) Gastos de campanha: previsões do PT

PT diz que vai gastar fortuna de R$ 89 milhões na campanha de Lula
O presidente nacional do PT, deputado federal Ricardo Berzoini, anunciou hoje, durante a oficialização de José de Filippi Júnior, prefeito licencido de Diadema, como tesoureiro da campanha do presidente Lula, que o partido estima em R$ 89 milhões os gastos totais do partido na tentativa de reeleição.
Berzoini disse não ter idéia de quanto o partido conseguirá arrecadar, mas que tem consciência que a campanha presidencial necessita de um valor elevado. Em 2002, quando Lula foi eleito, o PT estimou os gastos em R$ 56 milhões e disse ter gasto R$ 39 milhões. Evidentemente, não “contabilizou” muitos gastos, como os que foram pagos, ilegalmente, no Exterior, a Duda Mendonça.
O tesoureiro José de Filippi Júnior disse que, devido às denúncias de Caixa 2 no PT, o partido aperfeiçoará a questão da transparência nas contas da campanha. Questionado se os nomes dos doadores serão divulgados, Filippi disse não saber se a informação será disponibilizada, já que a lei não obriga. Fillipi informou que pretende fazer campanha braçal para pedir doações.
O presidente do PT afirmou que, salvo as restrições legais, o partido não adotará restrição em relação aos doadores. Ao ser questionado se a campanha aceitaria doações do banqueiro Daniel Dantas, ele respondeu: "Não quero fulanizar essa situação". Ricardo Berzoini informou ainda que o PT não tem condição de doar recursos para a campanha de Lula, já que o partido deve R$ 54 milhões a bancos.
Fonte: Terra